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IGREJA PRESBITERIANA DE JACAREZINHO

 

H I S T Ó R I C O

 

O TRABALHO PIONEIRO

1944 – 1951

“Os barracos do Morro do Jacarezinho podem ser contados...”

      Na Europa, os aliados desembarcam na Normandia e desfecham o golpe decisivo na resistência Alemã. Era a primavera de 1944.
      Em meio à hostilidade dos combates de guerra, um grupo de pessoas aqui no Rio de Janeiro, aparentemente parecem não se importar com a vitória dos aliados. Na casa do Sr. José Lopes Guimarães, os mesmo do Ponto de Pregação da Igreja Presbiteriana de Riachuelo, no Largo do Jacaré, cantam canções de paz, enquanto a maior concentração de navios de guerra transporta tropas Inglesas através do Canal da Mancha.
Este Ponto de Pregação é o primeiro trabalho Presbiteriano instalado no bairro, origem quinze anos mais tarde, da Igreja Presbiteriana de Jacarezinho.
      Em 1944 os barros do Morro do Jacarezinho podem ser contados ao longo de seus limites e sua população é de aproximadamente 40 mil pessoas. Os problemas no entanto, já são suficientes para causar preocupações aos sanitaristas e tecnicamente em 80% da área, a rede de esgotos é precária e as valas, como acontecem até hoje em alguns trechos, cruzam as ruas de barro socado. As crises no fornecimento de alimentos são constantes, devido aos afeitos de da guerra, que dificulta a importação e orienta nossa política econômica, sob comando getulista para a exportação.
      É para esta área, com a mudança de José Guimarães para outro bairro, que em 1945, o Ponto de Pregação é deslocado. O grupo passa a se reunir na residência de Ítala Fortunato Alves, proprietária, sob a liderança de Albano Rodrigues, numa pequena casa na Rua Conselheiro da Paz.
      A atividade é limitada ao funcionamento de uma Escola Dominical vespertina aos domingos, e recebe apoio de vários membros da Igreja do Riachuelo. A casa é muito pequena e a necessidade de expansão ocorre com o tempo. As dificuldades financeiras impedem qualquer avanço e mesmo um terreno pretendido pelo grupo, não pode ser comprado porque está em vias de desapropriação por uma firma comercial, em ação movida pela prefeitura. Somente em 1952, com a nomeação do Rev. Thiago Rodrigues Rocha para o serviço de evangelização da Igreja do Riachuelo, é então adquirida por 15 mil Cruzeiros a residência de D. Ítala, que passa por algumas reformas.

 

A CONSOLIDAÇÃO

1952 – 1956

“Thiago Rocha inicia sua liderança...”

         Em dezembro de 1952, o Salão de Cultos está pronto para ser inaugurado. O Rev. Galdino Moreira, pastor da Igreja do Riachuelo, é o pregador no Culto de instalação. Em  1953 começam a ser ministradas aulas bíblicas no local, e organiza-se o Departamento de Evangelização em Riachuelo, ficando o ponto sob sua responsabilidade. O Rev. Thiago Rodrigues Rocha, líder do departamento, oficializa também sua liderança no ponto de pregação.

         Os trabalhos são divididos em classes de adultos e crianças, com reuniões dominicais às 15 horas, seguidos de um culto de evangelização. O orfeão de Riachuelo e a UMP apóiam o ponto e é inaugurado um serviço portátil de alto-falante. As visitações de casa em casa passam a ser muito freqüentes.

         A mudança de alguns membros e a retirada de alguns líderes prejudicam temporariamente o desenvolvimento dos trabalhos e a liderança é assumida por Lauro de Oliveira e Angelton Abreu. Em 1955, a atividade está mais organizada: continua a Escola Dominical às 15 horas, o Culto de evangelização passa para 19h30min, e estabelece-se pela primeira vez um dia para reunião de oração: quarta-feira às 20 horas. O trabalho de evangelização é liderado por João Alves. Nesse ano, Nelson Malta e Getulio de Souza iniciam um programa de alto-falante todos os domingos de manhã. A Santa Ceia passa a ser ministrada no ponto de pregação. Em 1956, dado o crescimento do trabalho, a Igreja Presbiteriana de Riachuelo sente a necessidade de novas instalações.

 

A ESTALIBIZAÇÃO

1956 – 1959

“O Presbitéro resolve promover o ponto à categoria de Congregação...”

         Em fins de 1956, cerca de quarenta membros da Igreja Presbiteriana de Maria da Graça, devido a problemas internos na Igreja, que originam uma separação, vêm dar apoio ao Ponto de Pregação, sendo arrolados como pertencentes a Igreja do Riachuelo.

         Por determinação do Conselho da Igreja do Riachuelo, o Salão de Cultos é derrubado a fim de dar lugar a um Templo que possa acompanhar o crescimento do ponto. Os Cultos são transferidos para a residência de Hulda Rubim Muzzi, cunhada de Oliveiros Muzzi, membro da Igreja. A casa fica no alto do morro, próxima a Igreja Católica atual e por ela podia se transitar de carro, pois a Rua Darcy Vargas ainda não havia sido aberta. A Igreja Metodista de Vieira Fazenda, com a qual mantínhamos boas relações, também cede o seu templo na Rua João Pinto, ao Ponto de Pregação. Os Cultos se realizam às quintas-feiras e as obras de construção são concluídas em seis meses.     

         Em 30 de dezembro de 1956, é realizada sob o comando da Srtª Etelvina de Souza, uma reunião para deliberar sobre a organização oficial da União de Mocidade, no local. Cerca de 16 jovens são arrolados inicialmente para compor o quadro de sócios, sendo Etelvina indicada para presidente. Mas são as senhoras que se lançam à frente da mocidade e organizam a  Sociedade Auxiliadora Feminina, em 27 de janeiro do ano seguinte (1957), sendo a primeira Sociedade Interna. Em 10 de fevereiro de 57, realiza-se a primeira reunião da mocidade, organizada oficialmente a partir desta data. O Jovem Walter Rodrigues de Souza propõe a divisão da Sociedade em dois grupos, sendo sugeridos os nomes Daniel e Éster, que seriam futuramente classes de alunos da Escola Dominical.

         Com as senhoras e os moços já em atividade, ainda falta dar caráter oficial à Escola Dominical, que funciona ainda sem a estrutura necessária. Em 17 de fevereiro de 1957, organiza-se a administração da Escola, sob a liderança de Sebastião Bueno Dias, seu primeiro superintendente. Está tudo encaminhado para que o ponto de pregação possa atuar como congregação.

         Isso acontece em maio de 57, o PGNB (Presbitério Guanabara) resolve promover o ponto de pregação à categoria de Congregação. O Templo mais adequado, mesmo que modesto, já pode abrigar programas mais concorridos. O Rev. Thiago Rocha resolve nomear uma diretoria para a nova congregação. Organiza-se então, a Junta }Administrativa formada por Oswaldo Lopes da Silva – superintendente geral; Sebastião Bueno Dias – superintendente da E.D; Silas Brandão – dirigente do Coro e diretor do serviço de evangelização; Nelson José Malta – tesoureiro; Etelvina de Souza, secretária e Elcy Sathler – responsável pela conservação. Em 05 de junho a Junta Administrativa já se reúne pela primeira vez, para discutir sobre os cultos da obra recém terminada.

         Em 30 de junho de 1957 o novo salão de Cultos é inaugurado. Um empreendimento cuja despesa final fica em 100 mil cruzeiros, e que segundo o secretário da comissão de organização, Enderson de Figueiredo eleva seu valor patrimonial a 250 mil cruzeiros. No Culto de consagração em 07 de julho, prega o Rev. Galdino Moreira, acompanhado do Coral da Igreja do Riachuelo, da qual é pastor.

         O ano de 1957 é um período de intensa atividade. Não são poucos os membros que afirmam ter sido este o ano mais movimentado antes de 1959. A experiência como ponto evangelístico, consolida a congregação e surgem as primeiras manifestações favoráveis à organização da Igreja. É um ano típico de transição; a SAF e a UMP organizadas e federadas orientam as atividades no plano interno. São abertos trabalhos de evangelização em Vieira Fazenda, Vila União e Morro do Amorim, os primeiros pontos de pregação da futura Igreja.

         O Rev. Thiago Rocha desdobra-se na tentativa de acompanhar o progresso da congregação. A primeira série de conferências é então realizada: 10 a 14 de julho de 1957, com a presença diária em torno de 170 a 200 pessoas; a Escola Dominical já apresenta piques de freqüência de 100 pessoas, assim como os Cultos vespertinos. O grupo regular da congregação já é de 60 pessoas.

         Em dezembro de 1957 é adquirida uma casa de fundos, no valor de 55 mil cruzeiros, ampliando as dependências. A compra foi possível através de empréstimo solicitado à Igreja do Riachuelo. Essas dependências mais tarde, seriam utilizadas como Salão da Mocidade. Em 1958 o Rev. Antônio Garcia, do Presbitério de Botucatu, São Paulo, é convidado pelo Presbítero a auxiliar o Rev. Thiago na coordenação dos trabalhos. Antonio Garcia encontra-se no Rio de Janeiro, concluindo um curso de música e dispõe de três domingos e uma visita semanal, para assessorar a congregação. Nesse período, cria-se um centro de orientação para os crentes operários, coordenado por Lisâneas Maciel, um jovem político, líder trabalhista naquela área e Jovelino Pereira Ramos, a serviço da Comissão de Igreja e Sociedade, da Confederação Evangélica do Brasil.

         Em novembro de 1958, o Conselho da Igreja de Riachuelo, aprova os termos de requerimento de organização da congregação em Igreja, enviando documento ao presbitério, que na reunião ordinária de janeiro de 1959, discutiria o assunto com prioridade. È formada a Comissão de Organização da Igreja: Thiago Rocha, pastor de Riachuelo e responsável administrativo; Rev. Julio Camargo Nogueira, presidente do PGNB; Moyses Rodrigues, ex-pastor de Maria da Graça, que apoiou a cisão de 1956; Oswaldo Lopes da Silva, presidente da junta administrativa; Enderson de Figueiredo, secretário do Presbitério que assume também a secretaria da comissão. Na reunião preliminar em 03 de fevereiro de 1959, é incluído o nome do Rev. Heldro Damazio, já como pastor evangelista da congregação.

         A reunião preliminar aprova todos os requisitos necessários para a organização, inclusive quanto ao índice mínimo de pessoas exigido, que era de 70 membros. É marcado então a data do Culto solene da instalação da nova Igreja: 1º de março de 1959. Entretanto a pedido da congregação, tendo em vista o feriado de 21 de abril, a Comissão resolve adiar para esse dia a data de estabelecimento.

         Em 16 de abril, na penúltima reunião preparatória, é confeccionada uma relação oficial dos primeiros membros efetivos da Igreja Presbiteriana de Jacarezinho. São 62 membros maiores e 19 membros menores, arrolados como fundadores. A Srtª Hilda Sathler, mineira nascida em 23/09/34, batizada em 1935, confirmando a fé em 1949, filha do casal Olimpio e Franklina Sathler é oficialmente a primeira membra da Igreja recém-inaugurada.

         Precedendo o Culto de inauguração, o Rev. Thiago Rocha prepara um extenso programa que começa no dia 14 de abril, uma quarta-feira, com Cultos diários: os pregadores são Galdino Moreira, Stelleo Severino e Domicio Matos, até sexta-feira. Entre 17 e 21 de abril, é preparada uma série de conferência, onde diversos corais participam: Igreja Batista Nova Sião, 17 de abril; Maria da Graça, 18; Coral local, 19 e Metodista de Vieira Fazenda, dia 20; No dia 21 de abril, à tarde, realiza-se o último encontro da Comissão de Organização. Dessa reunião, resulta aprovação de algumas transferências de membros, que se juntam à relação original organizada em 16 de abril. Entre eles, destacam-se Gerson Ferreira Lima, sua esposa Nair Costa Lima, seus filhos Udinei, Uilem e Ulda, todos da Igreja Presbiteriana de Ibitirama – ES, Palmira Guilherme, por jurisdição da Igreja de Ramos. Também arrolados os jovens Hady Noronha Reginaldo, Erasmo de Souza e Wanderley da Silva, examinados para profissão de fé no culto da noite. O total de membros maiores alcança 80 pessoas, e os menores chegam a 24.

            Com a participação do Coral da Igreja de Olaria, é inaugurada em 21 de abril a IGREJA PRESBITERIANA DE JACAREZINHO. O Rev. Thiago Rodrigues Rocha, substituindo Moyses Rodrigues, que não compareceu – como também a nenhuma reunião da comissão – comenta sobre “UMA PORTA ABERTA QUE NINGUÉM PODE FECHAR”, tema de sua mensagem.

AS PRIMEIRAS ADAPTAÇÕES

1959 – 1962

“Durante os anos de 59 e 60, o Conselho reúne-se mensalmente...”

      A Igreja experimenta um rápido crescimento. Em 24 de maio de 1959, em reunião extraordinária, a assembléia elege o primeiro corpo de presbíteros, formado por Oswaldo Lopes da Silva, Silas Brandão, Nelson Malta e Getulio de Souza. A Junta Diaconal também é eleita, sendo os primeiros diáconos, Alberto José Machado, Sebastião Bueno Dias, Walter Rodrigues de Souza e Joeser Leite. Em Julho, o Conselho se reúne pela primeira vez: Heldro Damazio, presidente; Oswaldo Lopes, vice; Getúlio de Souza e Silas Brandão, secretários; Nelson Malta, tesoureiro.

            A partir do 1º domingo de setembro ocorre uma mudança radical na Escola Dominical: seu horário de funcionamento é antecipado para 9 horas da manhã, seguida, de um culto público às 10h45min e ensaio do Coral Laudamus, organizado em 58, às 11h10min. Cria-se um dia específico para as reuniões de orações: terça-feira às 20 horas, que permanece até hoje. Em novembro de 59, a Igreja conta com quatro pontos de pregação. O Ponto do Jacarezinho, chamado “Simonton”, na Rua Jerusalém, residência de José de Souza; Ponto “Blackford”, na vila União, futura instalação da Igreja Benfica; Ponto “José Manuel da Conceição” no Morro do Amorim e Ponto “Antônio Trajano”, na Vila proletária, este último para adultos.

            Em 12 de dezembro, é organizada uma diretoria provisória para a UPH, a terceira sociedade internam sendo seu presidente Ismael Ferreira Leite. No final do período de Heldro Damazio o total de membros maiores chega a 88 pessoas. Os membros menores crescem em proporção maior, somando em dezembro, 44 crianças e adolescentes. Em 1960, Esdras de Souza é designado pastor sucedendo a Heldro Damazio. Todos os pastores da Igreja até 1973, não são efetivos, funcionando como evangelistas nomeados pelo Presbitério. Pouco depois de sua posse, é licenciado por seis meses e a comissão executiva do PGNB nomeia o Rev. Paulo Távora dos Santos para ocupar o seu lugar. Durante os anos de 1959 e 1960, o conselho reúne-se quase mensalmente, a fim de aparelhar melhor a IGREJA recém criada integrando-a aos poucos ao meio eclesiástico do Presbitério e do Sínodo.

            Em maio de 1960, a Srtª Maria Lopes Pires, vizinha da Igreja aparece com uma proposta de venda de sua propriedade anexa, por 80 mil à vista ou 100 mil a prazo. A assembléia aprova, mas a proprietária resolve adiar a venda e a Igreja perde a oportunidade de ampliar-se ainda mais. Mas as necessidades de adaptações acarreta a decisão de se construir um novo Templo, pois o salão de cultos inaugurado, em 1957 não comporta espaço suficiente para o desempenho das atividades. Em 16 de setembro de 1961 é organizada a primeira Comissão de Construção da Igreja, formada por Oswaldo Lopes da Silva, Getúlio de Souza e Walter Rodrigues. Seu alvo: conseguir 100 mil cruzeiros para o início das obras.

            Em outubro de 1962, surge um impasse. Vence o período pastoral do Rev. Esdras de Souza e aparece uma corrente favorável ao retorno do Rev. Antonio Garcia, que se encontra em São Paulo, ao pastorado da Igreja. Mesmo com a disposição de oferecer um salário compensador ao pastor paulista, esta decisão poderia não ser compartilhada pela direção do Presbitério, pois teria que aprovar então, o salário mais alto das Igrejas do concílio. Além disso, por ser de outro campo, outras exigências de ordem social teriam que ser consideradas. Entretanto, em 28 de outubro de 1962, com 67 votos contra 32 do Rev. Esdras de Souza, é eleito em assembléia, o Rev. Antonio Garcia. Contra essa eleição, levantam-se Gabriel Alves de Souza e Manuel de Oliveira que manifestam essa opinião ao conselho da Igreja e lideram um movimento conservador contra a vinda do pastor paulista. O Presbitério Guanabara não aprova a eleição e designa o Rev. Jair Alvarenga para pastor evangelista da Igreja. Em São Paulo, durante o período de conversação, Antonio Garcia de malas prontas, teve que desistir da viagem. Um grande número de membros fiéis ao ex-pastor Esdras de Souza, logo após a eleição consumada, pediram carta de transferência, a maioria para Igreja de Maria da Graça.

 

NOVA LIDERANÇA

1963 – 1973

EDUCAÇÃO!!!

“A direção passa a Nelson Rocha que lança

novas idéias na Escola Dominical...”

         Em janeiro de 1963, o conselho já presidido por Jair Alvarenga, aprova o projeto de organização do primeiro jornal de sociedade interna, o “Avante Mocidade” da UMP. Nesse ano, também é instituída a “Oferta de Gratidão”, que se torna tradicionalmente repetida todo dia 31 de dezembro. Jair Alvarenga iria iniciar um longo período de pastorado que lentamente faria os membros esquecerem dos sentimentos de outubro.

         Por algum tempo, até meados de 64 funciona na Praça Quinze de Agosto, um serviço de alto-falante, conhecido como “Rádio Estrela”, na qual o diácono Arinaldo Ribeiro Santos organiza um programa evangelístico, antecedendo a Escola Dominical.

         Nas comemorações do quinto aniversário da Igreja, em 1964, é lançada a Pedra fundamental do Salão da Mocidade, em anexo atrás do Templo. Na ocasião, o Rev. Galdino Moreira profere o discurso de inauguração. O Rev. Jair Alvarenga, solidifica cada vez mais o seu trabalho. A Igreja Presbiteriana de Benfica é incorporada ao Presbitério, depois de pertencer um longo tempo ao Presbitério Oeste Fluminense como congregação da Igreja de Vieira Cortez, próximo a Barra do Piraí, por influência de Getúlio de Souza, que ao se formar pastor, acaba sendo designado para essa localidade e consegue satisfazer anseio dos membros da congregação, de transforma-la em Igreja, incorporando-a a outro concílio.

         No carnaval de 1966, a Igreja junto com a UMP organiza um passeio à Guapimirim, pequena localidade na BR 101, onde descem corredeiras da Serra de Teresópolis, distante alguns quilômetros.

         Em 1966, a assembléia é convocada a decidir sobre a demolição do Templo, novamente necessitando de reformas e ampliações. Houve oposição de Namir Lúcio Santana, que alega não ser necessária a demolição completa. A Assembléia após deliberações resolve autorizar o início das obras em meados de 1966, passando a congregação a se reunir no Pavilhão da UMP, inaugurado dois anos antes.

         Inicia-se o ano de 1967. Jair Alvarenga é reconduzido pelo quinto ano consecutivo ao pastorado da Igreja. Um fato decisivo ocorre em agosto, relacionado à atividade de educação religiosa. O presbítero Gabriel de Souza, então Superintendente da Escola Dominical, pede exoneração, transferindo-se para a Igreja de Maria da Graça. A direção a partir de 06 de agosto de 1967, passa a Nelson Rocha da Silva, líder entusiasta que lança novas idéias na Escola, muitas das quais combatidas algumas vezes pela Igreja, mas que garantem a rentabilidade e o crescimento dos alunos e professores. Com essa proeza, rara no sistema, que muitas vezes eleva as despesas e simultaneamente achata a receita, a Escola obteve no lucro operacional, o extraordinário crescimento de 30%.

         O percentual de presença é aumentado progressivamente, as ofertas acompanham o ritmo e o ambiente da Escola Dominical modifica-se radicalmente. Nelson Rocha introduz os corinhos na abertura da devocional e os métodos aplicados para a eficácia deste progresso, são baseados na insistência da presença do aluno.

         Em 29 de outubro de 1967, é editado o primeiro exemplar do Boletim Informativo da Igreja, hoje com mais de 800 exemplares publicados. Os redatores são Nelson Rocha e o presbítero recém eleito em março, Arinaldo Ribeiro Santos. A partir deste ano, ambos iniciam uma liderança rentável, permitindo colocar em prática os mais expressivos projetos de trabalho, que culminam mais tarde na própria eleição, do Presbítero Arinaldo Ribeiro Santos ao pastorado da Igreja.

         Esse prestígio permite a comodidade de Nelson Rocha, conduzir a Escola, a partir de 1968 através de campanhas entre as classes à estação final, à medida que itens propostos vão sendo cumpridos, tais como presença, Bíblias e visitantes. Uma série de perguntas também aos alunos no encerramento. São apenas oito classes naquela época: Professores e Oficiais, Heróis da Fé, Dorcas, Éster, Pérolas do Senhor, Débora, Daniel e Esperança (que formam didaticamente uma classe) e Catecúmenos. Sendo campeã a Classe Heróis da Fé.

         Uma vez concluída a obra de construção do novo Templo, em maio de 1968, após a doação em junho de 1966, do diácono Arinaldo, da sua propriedade, anexa a Igreja, inicia-se uma nova etapa. Promover o acabamento final interno e proceder à colocação da segunda laje. Após os esforços de inúmeros membros, em 03 de novembro, a laje já está posta.

         O ano de 1968 chega ao fim, e com ele os seis anos de liderança de Jair Alvarenga. Para 1969, Jair Gomes Coelho é indicado em seu lugar. Um dos destaques de seu pastorado é a decisão de se organizar a União de adolescentes. Em 28 de novembro de 1970, verificando o conselho o grande número de adolescentes da Igreja, alguns desajustados socialmente na Mocidade, autoriza Nelson Santos a criar o Departamento da UPA. Sua oficialização, contudo dá-se já no pastorado de Teotônio Bragança, em 16 de maio de 1971.

         O Presbítero Arinaldo assume a vice-presidência do conselho, acumulando a função de tesoureiro auxiliar, já prestes a terminar o curso de bacharelado em teologia, no Seminário Unido. Em setembro de 1972, começam as atividades de um novo ponto de pregação, na Rua São Pedro, em Vieira Fazenda, próxima a Igreja Católica. Já existiam os pontos do Morro dos Telégrafos e Av. Guanabara, no Campo do Abóbora.

         Como representante efetivo da Igreja junto ao Presbitério, em 11 de março de 1972, Arinaldo Ribeiro Santos casa-se com Nerci Henrique de Oliveira, que se transferiu para a Congregação de Jacarezinho em 1956, quando dos problemas surgidos na Igreja de Maria da Graça, da qual era membra. Neste ano, conclui seu Curso Teológico e o Conselho da Igreja encaminha documento solicitando seu ingresso no Presbitério de Guanabara.

         Vencendo seu período, Teotônio Bragança deixa o cargo para Erasmo Zoé de Almeida, último pastor evangelista designado. O PGNB licencia Arinaldo para a Igreja de Jacarezinho, que a partir de janeiro de 1973, colabora com Erasmo Zoé de Almeida até 29 de abril. Consagrado ao ministério na Igreja de Piedade, tendo como oficiante, O Rev. Thiago Rocha, presidente do PGNB, assume de 29 de abril a 31 de dezembro o pastorado da Igreja em substituição ao Rev. Erasmo, como fica documentado em decisão da Comissão de Distribuição de Campo, em reunião ordinária da comissão executiva do Presbitério.

 

O TOQUE DE SEGURANÇA

1974 – 1984

“O investimento no evangelismo inicia

 uma operação sem precedentes”

 

      Em 14 de outubro de 1973, é eleito para pastor efetivo, o Rev. Arinaldo Ribeiro Santos, para um período de cinco anos. A Igreja há muito desejava um pastor exclusivo que pudesse reorientar com segurança e liquidez o trabalho social e evangelístico, oferecendo a comunidade um crédito que lhe transmitisse uma margem melhor de rentabilidade. O Rev. Arinaldo oferece então, rodas as condições para preencher com afinidade o cargo. Além de ter acompanhado praticamente, todo o desenvolvimento da Igreja, desde que era congregação, quando chegou ao Rio de Janeiro em junho de 1957, conhece também os problemas imediatos e as carências do bairro, principalmente por ter exercido grande liderança ao longo da década de 60 em vários setores da Igreja. Outro fator que consolida o acerto da escolha é o fato de residir praticamente no local, o que coincide com o desejo de todos os membros de um trabalho pastoral exclusivo.

         O investimento no evangelismo coloca à disposição da Igreja, uma operação sem precedentes no curso de sua história. O dinamismo da nova liderança permite a realização de uma campanha evangelística com Daniel Soares Bonfim, em outubro de 1973, durante o aniversário do Coral Laudamus. Embora se trate de um programa informal, a preparação antecipada é a sua peculiaridade e o projeto que prevê a formação de sub-comissões garante um expressivo sucesso ao evento.

         Por outro lado prosseguem os dividendos acumulados por Nelson Rocha, na criação dos Cultos dos Aniversariantes nos últimos sábados de cada trimestre, sempre seguidos de um encontro social nas dependências do Templo.

         Em 19 de julho de 1974, é concedido título de presbítero emérito, a Oswaldo Lopes da Silva, primeiro superintendente geral da Igreja e um de seus fundadores. Alguns anos mais tarde, a União de Homens inauguraria uma sala em sua homenagem, levando em consideração os relevantes serviços prestados no progresso da Igreja.

         No Maracanã, 250 mil pessoas sob a direção de Guilhermino Silva, assistem ao pastor norte americano Billy Graham, de passagem pelo Rio de Janeiro. Nesse instante de capital importância, onde a Igreja experimenta mudanças institucionais a Campanha de Billy Graham, pelo zelo observado na sua montagem, alinha as regras do moderno evangelismo à capacidade do material humano existente na Igreja, e serve de exemplo para campanhas posteriores que o Rev. Arinaldo enfatizaria nos aniversários de organização da Igreja, em abril, e do Coral Laudamus, em outubro.

         Durante o ano de 1975, cresce o desempenho da União de Adolescentes lançando-se à frente da Mocidade e planejando sob a supervisão de Jair Agostinho, já então, um líder reconhecidamente dinâmico na vanguarda das atividades musicais, a formação de um conjunto vocal-instrumental. Seu trabalho é semi-profissional, instruindo os jovens na teoria, para no instante seguinte, aplicar o aprendizado. O grupo experimenta cantar em diversas vozes. Vários adolescentes, como Mauro Gomes, e seu irmão Marcos Gomes, pouco depois também Isac Fortunato, começam a dominar o violão rapidamente. Mais tarde, eles fundariam um conjunto próprio, de natureza instrumental.

         Com nome de “Cristo VEM”, em 09 de novembro de 1975, é instalado oficialmente o conjunto da UPA. Os adolescentes criam um uniforme de camisas brancas com um círculo externo onde se insere o nome do conjunto e no interno, o desenho de uma Bíblia aberta, confeccionadas por Jair Agostinho. O conjunto é simples, contudo, muitos afirmam ter sido o grupo mais produtivo da Igreja, no campo da música, ao lado do Coral Laudamus.

         Nesse ano, desde agosto a Igreja possui novos Zeladores: Atalias Freitas e João Lemos, que se mudam da Rua Esperança. Em janeiro de 1976, o conselho autoriza o levantamento dos muros do terraço e colocação das telas protetoras nas janelas do Templo.

         Na Escola Dominical, O Pb. Nelson Rocha é reconduzido automaticamente à superintendência e as campanhas sucedem. Em abril de 1976, auxiliado por Sandra Noronha, ele inicia a competição, dividindo as classes em três grupos, onde os pontos se baseiam em quatro itens principais: assiduidade, concurso entre classes, concurso entre grupos de classes, concurso de Breve Catecismo, pela primeira vez introduzido na Escola.

         Os Pontos de Pregação, paralisados há algum tempo, retornam à atividade, dos quais destaca-se o da Av. Guanabara, onde em 1976 se desenvolve uma escolinha doutrinária para crianças. O Conjunto Cristo Vem normalmente colabora apresentando-se no local e a freqüência algumas vezes chega a mais de 60 pessoas. Os contatos freqüentes com a população oferecem condições para a sedimentação crescente do trabalho evangelístico.

         Prosseguindo no âmbito de cooperação das Sociedades Internas, em maio de 77, a UMP lança o I Vestibular Bíblico, uma série de perguntas em questões de múltipla escolha, sobre diversos assuntos. /o trabalho é bem aceito, apesar de algumas restrições e a participação dos membros é de regular para boa. O vencedor é o Presbítero Jair Agostinho e a experiência se repetiria nos anos seguintes.

         Quanto à remodelação e embelezamento do Templo, as obras do santuário de Culto são concluídas, é colocada laje no segundo pavimento do edifício de educação religiosa, os banheiros da parte inferior do edifício são remodelados e modernizados. Nelson Santos e Walter Rodrigues são responsáveis pela compra de uma aparelhagem de som externa e interna e aparelho portátil para utilização em ar livre. Durante algum tempo, as sociedades internas iriam fazer um rodízio de apresentação relâmpago na Praça XV de Agosto, convidando os transeuntes para o Culto Dominical da noite.

         “Ainda que o crescimento da Igreja deva ser aceito por considerarmos razoável ou satisfatório, isso não exclui a convicção de que podia ser melhor, ficando a dúvida se não resulta de estar o nosso esforço firmado em bases erradas”. Esta afirmação é parte da conclusão final de um documento redigido pelo Rev. Arinaldo, na ocasião do Encontro Extraordinário da Liderança da Igreja, em Janeiro de 1978, que visa fazer um balanço das atividades de 1977. O Encontro dura toda uma tarde de domingo e valia os pontos de pregação, a escola dominical, o setor de evangelização externa, apresentando um panorama das necessidades gerais e enfocando rapidamente o desempenho das Sociedades Internas. Entre as propostas, sempre cautelosas e discretas, destacam-se a divisão de comissões de programas para os pontos de pregação, especialmente visando a Av. Guanabara e o lançamento da campanha “Um visitante por mês, um novo crente por ano”, na Escola Dominical, como incentivo às visitas.

         A Educação Religiosa já vive, na época, o ambiente dos slogans, criados por Nelson Rocha. “A Escola vive para ensinar você a viver” ou “Se você não gosta da Escola, fale comigo, mas se você gosta, fale com os outros”. Os percentuais atingem mais de 75%. È instituído por iniciativa também de Nelson Rocha, o Culto Preparatório da Vigília em todo 31 de dezembro, às 20 horas, antecedendo o programa das 22 horas.

         Em 03 de março de 1978, cumprindo uma política de expansão, é adquirida uma propriedade ao lado do 2º andar do edifício anexo ao Templo, por 50 mil. É para lá que passa a funcionar uma classe de escola dominical além de se constituir espaço exclusivo da UMP para suas reuniões dominicais. Mais tarde seria usada para pequenas dramatizações, num palco de madeira improvisado.

         Em 1978, o Conjunto Cristo Vem não existe mais. Jair Agostinho deixa a supervisão dos adolescentes e se prepara para concluir o Curso Teológico, que o licenciaria mais tarde ao ministério. Vários adolescentes da sua geração já se encontram na UMP. Numa iniciativa independente, contando com recursos próprios e ajuda de jovens de denominações diferentes, Marcos Gomes, Mauro Gomes, Isac Fortunato e Josias Marques organizam o conjunto instrumental “Luz Para o Mundo”. As relações do conjunto com a administração da Igreja andavam incertas e a lacuna deixada pelo Conjunto “Cristo Vem” não é preenchida devido a conflitos internos, que fazem o grupo se desfazer rapidamente. Mesmo considerando os recursos técnicos que dispunha, o conjunto não teve duração, sendo dissolvido em 1979.

         O Rev. Arinaldo Ribeiro Santos é reeleito em 15 de dezembro de 1978, para mais um período de cinco anos. Seu trabalho passa a ser reconhecido pela maioria da Igreja e ele prossegue prometendo cumprir um plano de dilatação do evangelismo no Bairro, mais rigor no planejamento interno das Sociedades e disciplina nos momentos do Culto.

         Em outubro de 1979, com a mudança de Atalias e João Lemos, assume a zeladoria da Igreja, Alcemar e Inaura Supimpa. O Conselho autoriza a reserva a sala da União de Homens, e a dedica ao Presbítero Oswaldo Lopes da Silva, então falecido em 1977, como presbítero emérito, adquirindo 40 cadeiras, uma mesa e um ventilador. O serviço de água é ampliado, com a instalação de mais uma caixa d´água de mil litros.

         Nelson Santos e Jair Agostinho completam o Curso de Bacharelado em teologia e recebem o diploma em 15 de novembro de 1979. Continua a batalha burocrática de Jair Agostinho para ser designado ao campo de Governador Valadares. Em dezembro de 1979 ele parte para Minas Gerais, apresentando-se ao Presbitério daquela cidade, assumindo o pastorado da 4ª Igreja Presbiteriana. Já como Pastor efetivo, ele viria mais tarde ao Rio de Janeiro liderando uma caravana de jovens para um programa evangelístico, na Igreja.

         O serviço de evangelização é seriamente afetado com a destruição por um incêndio sem precedentes no Jacarezinho, de mais de 80 barracos na Av. Guanabara, arrasados num raio de 2 km. Com os barracos, foi-se o Ponto de Pregação, que não foi reativado. Inicia-se um processo de deterioração da atividade externa da Igreja. Ainda que cautelosamente o fato é que a administração, através de iniciativa própria resolve não manter os demais locais de pregação em funcionamento, devido à incompatibilidade dos recursos humanos para a tarefa, com a dimensão das exigências dos campos. Os pontos da Rua São Pedro e Morro dos telégrafos são desativados. O primeiro, pela mudança dos responsáveis e residentes no local, Elzira e Altimiro Finamore. O segundo devido à morte da esposa do Presbítero Dionísio, que criou um ambiente não propício para a continuidade. Até hoje, nenhum ponto de pregação foi tornado ativo ou criado.

         A partir de 1980, os Cultos de segunda-feira recebem uma orientação mais eficiente. A UPH se responsabiliza diretamente pelo trabalho, e um grupo do Coral Laudamus de aproximadamente 12 a 15 pessoas participa assiduamente, durante um bom tempo. É criado o programa Meditação Matinal, tradição da Igreja na década de 60, que volta a funcionar aos domingos às 8 da manhã, com acesso restrito a UPH. O orfeão masculino ensaia seus primeiros passos, sob a direção de Sinval Rodrigues, mas a inconstância nas apresentações e o desinteresse de parte dos componentes, praticamente restringe o trabalho. Hoje não funciona mais.

         Em março, Nilma Ribeiro Milanos inicia com crianças da localidade, uma escolinha de alfabetização, no anexo inferior do Templo. Hoje ela ainda está em atividade sob a supervisão de Vera Queiroz.

A partir de novembro de 1980, mais uma vez as reuniões da Igreja passam a ser realizadas nas suas dependências. A comissão de construção está pronta a liberar o Sr. Sebastião Fernandes para a obra de assentamento de ladrilhos, pintura e colocação do púlpito recém adquiridos no Templo, cuja previsão de encerramento é para o mês de novembro. O prazo estourou e a obra somente pode ser concluída em abril de 1981, às vésperas do 21º aniversário da Igreja.

      Nelson Rocha da Silva deixa a superintendência da Escola Dominical, após treze anos no cargo. “Fizemos um trabalho durante este período sempre voltado para que os membros da Igreja sentissem muito bem na escola, inspirados, edificados e a cada domingo que terminasse, ficassem ansiosos para novamente voltarem no próximo domingo” – segundo declara, num documento deixado ao jornal, onde relata a sua passagem na Escola. Provavelmente o reconhecimento de seu trabalho não se deve ao longo tempo na liderança, mas a aplicação dos recursos de que dispunha para consolidar o ensino religioso na Igreja. Apesar das críticas que diz ter sofrido, assegura o cumprimento do seu dever, e suas contestações evidenciam. Segundo vários membros, sua maior peculiaridade, que é a convicção de seus atos.

      Nesse início de década, os experimentos e inovações foram muitos, mesmo que aceitos com reserva, provam a potencialidade dos recursos humanos, que faltavam, por exemplo, em 1977 quando o Rev. Arinaldo organizou o Encontro de Liderança, os vestibulares, as Maratonas, os Festivais de Música, os programas sociais e os Cultos de quinta-feira apresentam um interesse cada vez maior. O movimento financeiro da SAF não é superado por nenhuma Sociedade Interna e ela lidera todas as contribuições para o orçamento da Igreja.

      Em fevereiro de 1982, o Rev. Arinaldo anuncia um programa de radio, que visa preencher o espaço de uma atividade evangelística deficiente. O programa “Momentos para Meditação” entre 10h15min e 10h30min, de todas as quintas-feiras. Em novembro, são instalados microfones no púlpito, que são utilizados raramente.

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